Soneto da Exposição
Soneto da Exposição
Já não me sinto trêmula ao teu toque, como no início
Sei que não coro mais ao teu olhar de intensidade
Estranho que a concessão transforme-se em vício
E que eu me sinta cada vez mais suja e mais à vontade
O ninho da tua cama agora abriga minha exposição
E antes, bem o sabes, abrigava meu pudor
Despia-me, se me despia, fugindo de tua inspeção
Hoje, quando me olhas, agradeço teu favor
E peço mais, e imploro ao teu lado mais pervertido
Que me obrigue a ser cada vez menos recatada
Que me deixe transformar em grito o meu gemido
E se a vizinhança inteira me disser que estou errada
Chorarei e direi “nunca fui como tenho sido”
E os acordarei de novo a cada madrugada.
Autor Desconhecido